Representatividade Feminina nas Câmaras de Vereadores do RS

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A representatividade feminina nas câmaras de vereadores do Rio Grande do Sul ainda é um desafio. Apesar de as mulheres constituírem 53% do eleitorado gaúcho, elas são maioria em apenas 1,6% das câmaras municipais. Dos 497 municípios do estado, somente oito elegeram mais mulheres do que homens para os cargos de vereador.

Floriano Peixoto, no Norte do RS, destaca-se com a maior proporção de vereadoras do Brasil. Das nove cadeiras disponíveis, sete são ocupadas por mulheres, representando 78% do total. Outras cidades com alta representatividade feminina incluem Ibirubá, Almirante Tamandaré do Sul, Araricá, Boa Vista do Sul, Caibaté, Maçambará e Mato Queimado, todas com mais de 50% de mulheres nas câmaras.

Em Porto Alegre, 11 mulheres foram eleitas para a Câmara Municipal em 2020, mas esse número caiu para nove após três vereadoras serem eleitas deputadas em 2022. A cientista política Céli Pinto observa que, em cidades menores, as mulheres eleitas geralmente são figuras conhecidas e respeitadas na comunidade, como professoras e médicas. Já em cidades maiores, a vereança é frequentemente o primeiro passo na carreira política.

A baixa representatividade feminina é atribuída a vários fatores, incluindo o conservadorismo das comunidades e dos partidos políticos, que muitas vezes priorizam candidaturas masculinas. Além disso, as mulheres enfrentam desafios adicionais ao tentar conciliar a vida política com as responsabilidades familiares, o que limita suas possibilidades de assumir mandatos em locais distantes.

A cientista política Céli Pinto sugere que políticas de cotas e financiamento específico para candidaturas femininas poderiam ajudar a aumentar a participação das mulheres na política. No entanto, ela ressalta que as regras existentes muitas vezes não são cumpridas, e há propostas no Congresso para anistiar partidos que não respeitam essas cotas.

Por outro lado, 58 municípios gaúchos não elegeram nenhuma mulher para suas câmaras de vereadores. Esse dado reflete a resistência cultural e estrutural à participação feminina na política, especialmente em áreas mais conservadoras e de menor porte.

A luta por maior representatividade feminina nas câmaras de vereadores do Rio Grande do Sul continua, com a esperança de que futuras eleições tragam mudanças significativas e mais equidade de gênero na política local.

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