O empresário Leonardo Manzan comenta que discutir a responsabilidade civil e ambiental em usinas de energia, bem como os limites legais para empreendedores, tornou-se essencial no atual cenário em que o setor energético brasileiro cresce e diversifica suas fontes. A expansão das usinas hidrelétricas, solares, eólicas e térmicas exige, além de investimentos robustos, atenção rigorosa às normas ambientais e civis, para evitar riscos jurídicos que possam comprometer a viabilidade econômica dos empreendimentos.
Em um país onde as demandas ambientais ganham cada vez mais força, empreendedores do setor energético precisam estar atentos às obrigações legais e aos potenciais impactos sociais e ecológicos de suas atividades.
Responsabilidade civil e ambiental em usinas de energia: limites legais para empreendedores
Conforme frisa Leonardo Manzan, a responsabilidade civil e ambiental no setor elétrico envolve um conjunto de normas que obrigam as empresas a prevenir, mitigar e reparar danos causados ao meio ambiente ou a terceiros. No Brasil, essa responsabilidade possui caráter objetivo, ou seja, não exige prova de culpa para que a empresa seja obrigada a indenizar, bastando a comprovação do dano e do nexo de causalidade.
Essa característica amplia significativamente os riscos para empreendedores, pois qualquer acidente, vazamento, contaminação ou interferência ambiental pode gerar elevadas indenizações, mesmo quando a empresa tenha adotado todas as medidas técnicas recomendadas.
Obrigações legais e licenciamento ambiental
Leonardo Manzan também observa que, além da responsabilidade civil, existe um extenso arcabouço de normas ambientais que rege a instalação e operação de usinas de energia. O licenciamento ambiental, por exemplo, é obrigatório e envolve estudos de impacto ambiental, audiências públicas e condicionantes impostas pelos órgãos ambientais, que devem ser rigorosamente cumpridas.

O descumprimento dessas obrigações pode resultar não apenas em multas administrativas, mas também em paralisação das obras, cancelamento de licenças e, em casos mais graves, responsabilização criminal dos gestores.
Riscos reputacionais e sociais
Outro ponto destacado por Leonardo Manzan é que os riscos não se limitam ao aspecto jurídico e financeiro. Usinas de energia, especialmente grandes empreendimentos hidrelétricos ou térmicos, costumam gerar controvérsias sociais devido a possíveis impactos em comunidades locais, áreas indígenas, quilombolas ou zonas de preservação ambiental. Conflitos sociais podem levar a manifestações, ações judiciais coletivas e forte desgaste reputacional, com reflexos até no acesso a financiamentos nacionais e internacionais.
Empresas que não investem em diálogo social transparente e em programas de mitigação de impactos podem sofrer sérias restrições à continuidade de seus projetos.
Boas práticas para empreendedores do setor
Nesse cenário, o empresário Leonardo Manzan acrescenta que é recomendável que empreendedores do setor energético atuem com forte prevenção. Realizar estudos de impacto ambiental detalhados, manter canais permanentes de comunicação com comunidades afetadas e cumprir rigorosamente as condicionantes ambientais são passos fundamentais para evitar litígios e garantir a segurança jurídica dos projetos.
Ademais, contratar seguros ambientais específicos e manter reservas financeiras para contingências pode representar proteção valiosa, caso ocorram incidentes inesperados que exijam reparações imediatas.
O desafio de conciliar energia e sustentabilidade
Por fim, Leonardo Manzan conclui que o grande desafio do setor energético brasileiro é conciliar a necessidade de expansão da matriz elétrica com a preservação ambiental e o respeito às comunidades locais. A tendência mundial é de pressão cada vez maior por projetos sustentáveis, com exigências rigorosas de transparência, cumprimento de normas e adoção de tecnologias menos agressivas ao meio ambiente.
Entender a responsabilidade civil e ambiental em usinas de energia e os limites legais para empreendedores é, portanto, fundamental para investidores, operadores e profissionais do setor que desejam atuar de forma segura e sustentável. Portanto, nota-se que o sucesso nesse mercado dependerá de gestão ambiental eficiente, postura preventiva e profundo respeito à legislação vigente.
Autor: Zusye Pereira