O repasse emergencial de R$ 1 milhão destinado pelo Ministério da Saúde para Organizações da Sociedade Civil (ONGs) no Rio Grande do Sul, focadas no combate ao HIV/Aids, ainda não foi aplicado devido à ausência de editais que regulamentem a distribuição dos recursos. A situação, que se arrasta desde 2024, gera preocupação entre representantes do setor, que alertam para a falta de ações efetivas por parte do governo estadual. A demora na liberação dos recursos compromete o atendimento e suporte às pessoas que vivem com HIV, um problema que poderia ser mitigado com a agilidade no processo.
A paralisação do repasse emergencial para ONGs do RS evidencia uma fragilidade no apoio à sociedade civil em um momento em que a demanda por serviços ligados à prevenção e tratamento do HIV/Aids é alta. Márcia Leão, coordenadora executiva do Fórum ONG Aids RS, denuncia que a lentidão nas ações se deve, principalmente, à falta de vontade política. Segundo ela, a situação das organizações já é delicada, com menos de um terço das entidades ainda ativas, reflexo da escassez de recursos e das consequências das enchentes que afetaram o Estado em 2024.
A importância das ONGs no enfrentamento do HIV/Aids no Rio Grande do Sul é fundamental, pois essas instituições atuam na linha de frente, oferecendo apoio psicológico, social e médico aos pacientes. O repasse emergencial poderia reforçar essas atividades, garantindo a continuidade do atendimento e o acesso aos tratamentos necessários. No entanto, a demora na formalização dos editais e na liberação dos valores compromete esse papel, ameaçando os avanços conquistados ao longo dos anos na luta contra o vírus.
O repasse emergencial para ONGs do RS não avança, apesar de esforços do governo estadual para viabilizar a aplicação dos recursos. A Secretaria Estadual de Saúde informou que o edital no valor de R$ 1,65 milhão foi protocolado em novembro de 2024, mas segue aguardando análise das instâncias competentes. Essa demora burocrática alimenta o descontentamento e a sensação de desamparo das entidades e dos beneficiários, dificultando a execução de projetos e ações de prevenção e cuidado.
Além da lentidão nos processos administrativos, o repasse emergencial para ONGs do RS sofre impactos por decisões relacionadas à transferência dos recursos. O governo do Estado solicitou ao Ministério da Saúde que os valores fossem repassados diretamente às organizações, buscando agilidade e transparência. Contudo, essa solicitação não foi atendida, o que contribui para a complexidade e atraso na destinação do dinheiro para as ações de combate ao HIV/Aids no Rio Grande do Sul.
O repasse emergencial para ONGs do RS acontece em um cenário delicado, no qual as consequências das enchentes de 2024 ainda afetam a infraestrutura e o funcionamento de várias instituições. Muitas ONGs enfrentam dificuldades financeiras e operacionais, o que compromete sua capacidade de atender aos pacientes. A falta de recursos públicos agrava essa situação, deixando uma parcela vulnerável da população ainda mais desassistida.
Para que o repasse emergencial para ONGs do RS cumpra seu papel, é essencial que haja uma articulação rápida entre os órgãos governamentais e a sociedade civil. A eficiência na liberação e aplicação dos recursos pode garantir a continuidade dos serviços, o fortalecimento das campanhas de prevenção e a ampliação do acesso ao tratamento. Somente com compromisso e transparência será possível reverter o quadro preocupante enfrentado atualmente.
O repasse emergencial para ONGs do RS é uma oportunidade para reafirmar o compromisso do Estado com a saúde pública e com os direitos das pessoas vivendo com HIV/Aids. A inércia diante dessa questão pode acarretar retrocessos e aumentar a vulnerabilidade social. Por isso, a urgência em destravar os recursos e fortalecer as organizações é uma prioridade para garantir o suporte necessário a quem depende dessas instituições para sobreviver com dignidade.
Autor: Zusye Pereira